Ao apagar das luzes do ano, a revelação no sábado, 30 de dezembro, de que Gusttavo Lima, Marília Mendonça (1995 – 2021) e Simone Mendes lideraram as execuções em rádio – com as músicas Desejo imortal, Leão e Erro gostoso, respectivamente – reiterou que o Brasil profundo, o Brasil real, continua sertanejo.
Aliás, pop sertanejo, pois o som do Brasil hoje é uma miscelânea pop que combina sertanejo, funk, forró, arrocha, pagode e reggaeton. Tanto que, rádios à parte, o ano foi de Ana Castela, a autoproclamada boiadeira internacional. Uma artista que, com visão aguçada e boa dose de marketing, soube fundir o universo sertanejo com o mundo pop da música eletrônica e dos ritmos urbanos como o reggaeton.
Reinando no mercado agronejo, em especial com a música Nosso quadro, Ana Castela foi a artista mais ouvida no Brasil em 2023, no ranking do Spotify e do YouTube, plataformas de áudio e vídeo que ocupam atualmente o lugar que já foi do rádio até os anos 1990.
Ana Castela sobressaiu, mas não reinou sozinha. Em mercado musical já estruturado em nichos, com cada um no próprio quadrado, os festivais se confirmaram palcos de aglutinação, promovendo encontros em todas as esferas musicais e capitais do país.